quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O "causo" do Caseum

Quantas vezes nos deparamos com os famosos caseums?? Mas que raio de negócio é esse?

Algumas pessoas percebem que no fundo de suas gargantas existem placas brancas, com a consistência de uma pipoca, que "encravam" em certas regiões gerando desconforto, mau hálito, mas sem dor. Essas bolinhas brancas são chamadas de caseum.


Para entender o caseum, precisamos entender um pouco da anatomia da garganta. Em nossa garganta temos as amigdalas, que são aquelas duas bolinhas laterais à "campaínha" ou úvula. As amígdalas são um tecido linfóide com a função original de proteção contra agentes externos.

As amígdalas não são " bolinhas" lisas, e sim bem irregulares, algumas com buracos um tanto quanto grandes que são aberturas para as criptas, um verdadeiro labirinto de micro tuneis que forma a amigdala por dentro. Pelo fato desses buracos serem um pouco maior que o normal em alguns indivíduos, os restos alimentares ali se depositam e com o tempo extravasam sob a forma de Caseum, gerando os tais sintomas citados anteriormente.

É muito comum no consultório do Otorrino os pacientes com Amigdalites Caseosas ( como são chamadas) virem em busca de solução definitiva para o problema ou até mesmo auxílio na remoção de alguns mais difíceis de tirar.

E a solução, qual é? Definitiva é a cirurgia das amigdalas, a amigdalectomia, pois aí o local onde os restos alimentares encaixam não vai existir mais. Porém, em pacientes que não queiram ou não possam operar, indica-se gargarejos com antissépticos bucais diluidos, sempre depois de se alimentar.
Logo se você quiser se ver livre disso para sempre, só operando as amigdalas mesmo e a respeito dessa cirurgia, em breve postarei em um novo tópico.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O que é a " Raspagem"???

Muitos Otorrinos atendem pacientes com a famosa história da raspagem.. Mas o que é a Raspagem, na concepção do termo?

Vamos lá...

A idéia da Raspagem é um conceito antigo que passa de geração em geração. Antigamente muitos médicos faziam raspagem de secreções das amígdalas com o intuito de descobrir qual o germe responsável pelo problema. O paciente, em franca crise purulenta, realizava a raspagem e aguardava o resultado para a instituição da terapia correta.

Hoje em dia tal método de diagnóstico não é muito mais utilizado, restringindo-se a alguns poucos casos em que há dúvida na escolha do antibiótico. Os atuais remédios, mais modernos e eficazes, com maior espectro de ação,dão muito bem conta do recado, logo, dificilmente se você tiver uma amigdalite, vai ser realizada uma raspagem diagnóstica.
Esse é o contexto correto para o termo, mas existem outras conotações que merecem uma explicação.

1) A Raspagem como retirada de Caseum:
    Em alguns indivíduos, as amigdalas apresentam " buraquinhos" mais profundos e evidentes ( as criptas) na qual restos alimentares se alojam com facilidade. Logo, tirá-los às vezes não é uma tarefa fácil e em alguns casos o Otorrino é necessário. Alguns pacientes chamam esse método de remoção como Raspagem.

2) A Raspagem como tratamento de afta e granulação na garganta:
   Já vi várias vezes o termo ser utilizado para a famosa cauterização de aftas e granulações faringeas. Antigamente, muitos Otorrinos ( e até Oftalmotorrinos, como a especialidade era chamada há muitos anos atrás) utilizavam o ácido tricloroacético para "queimar'" aftas na boca e garganta, além de cauterizar bolinhas na parede faringea decorrentes de processos irritativos. Esse método terapêutico não muito mais utilizado hoje em dia, também era denominado Raspagem.

3) A Raspagem como Cirurgia de Amígdalas:
    O  termo aqui incorpora o procedimento de extração das amigdalas, ou amigdalectomia. Na verdade, seria um sinônimo para o mesmo.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Entendendo as Otites

Nessa época de calor, é muito comum a ocorrência da famosa Otite, que é a inflamação e ou infecção do ouvido.
O diagnóstico da Otite depende muito da localização inicial do problema, logo vamos dividir em 2 partes:

1) problemas no ouvido externo:
Os processos inflamatórios que acometem o ouvido externo são chamados de Otites externas. Tais otites são muito comuns em épocas de calor e são decorrentes de umidade e trauma local na região do conduto auditivo externo, isto é, o "canalzinho" que leva até o tímpano. O tratamento em grande parte das vezes é local ou tópico, e o médico receitará gotas para pingar, associadas ou não com medicação via oral dependendo da gravidade e intensidade dos sintomas. A história mais comum associada a ela é a ocorrencia de dor de ouvido pós praia ou piscinas.


2) Problemas no ouvido médio:
A região do Ouvido médio é aquela localizada atrás da membrana timpânica, envolvendo uma pequena cavidade que se abre no fundo do nariz através de um canal denominado de tuba auditiva. Logo, a origem das chamadas Otites Médias pode ter relação com o nariz do indivíduo e decorrente de gripes, resfriados, rinites e sinusites prévias, em grande parte das vezes. Existem vários tipos de Otites Médias, como a Serosa (quando há acumulo de líquido no ouvido médio), Supurada ( quando há rompimento do tímpano e extravasamento de pus ou secreções até o ouvido externo), Crônica ( quando há a persistência da perfuração timpânica e infecção prolongada que pode atingir o osso adjacente, denominado mastóide) e a Colesteatomatosa ( essa vai merecer um futuro post devido ao fato de sua origem ser mais complexa e depender do aspecto constitucional do indivíduo).
O tratamento na maioria das vezes é com antibioticoterapia via oral, sendo indicado a cirurgia nos casos mais crônicos ou gotas nas supuradas.


Logo, se você está com dor de ouvido, o diagnóstico vai variar de acordo com a região do ouvido acometida e assim, o tratamento e o prognóstico também.
Então antes de pingar Azeite, Alcool ou até Urina no ouvido ( acreditem eu já vi isso...!) , procure um médico.